terça-feira, 13 de abril de 2010

Siboney

(para o Keats e o pai de minha amiga, onde quer que ele esteja)

A morte
não é fria nem paralisante
como a descrevem.

É quente como a rumba,
túrgida
como quem faz amor.

É clara

e plana, sonora
do rufar do tambor.
Conhecê-la

é chorar, sentir o cheiro
queimado do inevitável
sofrer.

E quem não conhece
a temperatura das lágrimas?

2 comentários:

Graça Pires disse...

Belíssima definição de morte...
Um beijo

R.Joanna disse...

Obrigada pela leitura atenta, Graça.