segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À lareira

A casa dos teus braços é
uma casa grande, com um longo
corredor onde dá vontade de correr.

Pelas janelas abertas entra
o luar arrepiado de gatos, e
do tecto vem o som de asas
que colidem. Há leitos pelo chão,
formando pequenos ninhos de ternura,
e corre uma melodia silenciosa
como água pelas paredes
- mas tu estás sempre presente.

Estás presente nos laranjas do fogo que
crepita, numa espécie de
murmúrio surdo e contínuo de beijos.

Neste amor, o teu sorriso
é a porta de entrada.

24-02-2008 Benedita

2 comentários:

Soledade disse...

Nem sei o que dizer. Acho que assisti a um pouco da gestação deste poema.

Um beijinho

neverland disse...

Um amor instável e vivo como o fogo? :-)

Ou presente como paredes rumorosas de água. E o que elas guardam.

Um sorriso que é a porta – e que esteja aberta.

Acho o poema lindíssimo, e leva-me a rever-me na sua alegria, e no ambiente, e também a efabulações.